quarta-feira, 30 de junho de 2010

Por Clarice, meu amor.



"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara à tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma TPM horrível. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome. "

[Clarice Lispector]

domingo, 27 de junho de 2010

Mudança



Uma das coisas mais doloridas da vida é a espera. Como é cruel ter que esperar para ter o que se quer. Esperar um telefonema, uma carta, uma notícia, um beijo, uma palavra de carinho, uma visita, um grande amor...
Um dia desses eu vou cansar desta espera, vou jogar tudo para o alto e buscar coisas novas. Mas não é por maldade, e sim por amor próprio. Tenho tanto trauma das desilusões. Muitas vezes esperei tanto por algo, e depois descobri que não teria. Isso é doloroso demais.
Pequenas coisas podem fazer imensas diferenças, e um simples gesto tem o poder de arrancar um sorriso nos dias tristes. Quando as pessoas aflorarem estas percepções, talvez deixem de plantar tristezas e de quebrar alguns corações que se importam com minimalismos.
O tempo cura a dor que ficou no vaio desfarçado de sorriso. Eu sigo, apenas isso. Nada mais. Estou cansado de esperar, e um dia jogo tudo para o alto. Juro que sim.

Caio Polonini
24/06/2010

Amplexos vazios



São tantas coisas que passam em minha cabeça, que às vezes penso que vou enlouquecer. De fato a vida não é coisa de se brincar, assim como sentimentos também não. A ausência é algo tão desesperador e complexo que não consigo educar o meu coração a não sofrer mais do que devia. Oh Deus, estou tão vazio de palavras e tão cheio de sentimentos tristes; o que fazer, se ainda não aprendi a me controlar?
Apenas quero escrever para tentar me livrar do peso que estou carregando em mim. Quero te dizer que não tenho mais paz com sua ausência, e que esse sentimento me calou. As noites sem teu corpo são amplexos vazios em madrugadas frias, são beijos em pedras de gelo que fazem os lábios adormecerem, assim como enfraquecem meus desejos subalternos que se transformam em doces ilusões. São grinaldas de amor espalhadas pela casa, pelos campos e florestas onde me perco quando te procuro e me encanto quando te encontro.
Estou perdido procurando teu olhar repleto de mistérios e certezas que me fortalecem quando minhas lágrimas começam a me afundar em um poço de mágoas.
Envolva-me com teu amor, embriaga-me de paixão, enebria-me com teu sorriso, adora-me com tuas palavras, sustenta-me em teus braços e me leve daqui, para que longe eu possa ser feliz. O inferno são os outros, e não podemos cair nas armadilhas que aparecem nos caminhos da vida.
Todo o medo e desespero vão passar, e quando isso acontecer, uma janela vai abrir neste quarto escuro em que se esconde minha alma, iluminando o ambiente, e dessa forma, deixarei de viver uma felicidade que sempre me foi meio clandestina para viver o sonho que certo dia um anjo me prometeu.

Caio Polonini
23/06/2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dois mundos, um sentimento



Sou carente de mim e descobri que busco essa falta do meu ser nas outras pessoas. Esse é o meu problema. Agora me sinto na obrigação de mudar o que sou, e não ficar apenas na teoria. Preciso me permitir mais, viver mais para mim do que para os outros. Ninguém entra em meu mundo, e eu esqueço dele para cuidar de outro. Sim, pois cada um tem seu mundo particular. O máximo que posso fazer é tentar juntar os dois, porém eles não se fundem, e o máximo que consigo é aproximá-los. Tenho medo de me enganar e de enganar, pois sentimentos são complexos demais para brincar. O que escrevo é para aliviar a dor que sinto, e que preciso eliminar.

Caio Polonini
Um pouco chateado...
02/06/2010