quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um doce amargo



Há uma grande insensibilidade misturada com tamanha doçura. São poemas inacabados, pontas de cigarro e xícaras sujas de café. 
Há um calor diferente misturado com um gosto que já conheço em um caminho que já sei onde vai dar. São grinaldas de amor incompleto que esvoaçam pelo vento.
Há um cheiro irresistivelmente atraente misturado com ansiedade fazendo todas as moléculas se movimentarem de uma forma estranhamente surreal. É a nostalgia que bate feito ponteiro de relógio ao chegar no número doze.
E essa doçura amarga escorre em meu corpo nu, preenchendo tudo de vazio, deixando cada espaço repleto de um nada absurdamente pesado. Me sinto tão cheio de vazio!
Nao chegue perto, pois assim quebra o encanto. Me olhe de longe, através de um vidro espesso que é pra não te contaminar com a minha estranheza. Mas por favor não me deixe, é doloroso demais quando a luz se apaga e eu fico desnorteado na incerteza de um sonho de uma noite de verão. Sou um ponto de luz que ilumina o seu rosto e te embala em seu sono. Se um dia eu perder as forças, não fique para me salvar, pois isso significa que chegou a hora de você voar. E voe!  Não quero que esteja aqui quando eu apagar...

Caio Polonini
11/07/13