quarta-feira, 23 de maio de 2012

Para Caio, o Polonini


Caio, já disse que teu nome é lindo e que eu o adoro? Pois declaro aqui o meu gosto por ele. Eu não conheço nenhum Caio, nem mesmo um amigo. Na verdade tive um coleguinha na pré-escola com este nome. Nem sei por onde ele anda. Depois dele não tive mais ninguém. Agora só tenho a ti, meu companheiro de escrita.

Eu não posso abraçar o Caio, mas acho que o amo, e ele a mim. Ele não existe pro mundo exterior, pois está no meu interior, e isso me dá um certo desespero, porém me sossego em saber que o tenho. Talvez isso basta.

Ah Caio, nem sei o motivo em falar tudo isso pra ti... desculpe. Somos tão parte um do outro que podemos sentir igual, ou parecido, por isso fico tranqüilo com essa confusão, pois sei que me compreende. Mesmo não sabendo muito bem quem é você, eu tenho um carinho grande, mas e daí? Tu também não sabe muito bem quem sou eu, a gente está tão acostumado a se esconder e se proteger que este escudo se tornou algo natural.

O Caio fala comigo e muitas vezes escreve o que eu sinto. Eu procuro fazer o mesmo com ele, mas me resumo a uma xícara quentinha de café. Ele se irrita comigo quando fico distraído, mas logo me perdoa quando eu lanço um sorriso meio maroto. O Caio agora é meu amigo. Eu quis escrever pra ele só pra ver suas covinhas aparecerem em meio de risos ao ler esta porcaria toda. Eu queria conseguir definir o Caio em palavras, mas não consigo. Talvez ele seja o meu abraço, meu sorriso, meu beijo, meu corpo emaranhado nos lençóis de alguém ou uma simples poesia.

Caio, fique que te farei café. Vamos plantar feijõezinhos? Sei que não é muito divertido, mas eu sou assim, mais simples do que pensa. Estar ao teu lado, sem dizer nada, apenas um contemplar a presença do outro já é bom.

O Caio não entende que na verdade eu sou uma imaginação. Ele é bom em fingir que não se importa, mas sei que no fundo o meu olhar penetra em sua alma e entranhas. O Caio sou eu, e eu o Caio, isso não é confuso, mas à beira do abismo, eu quase caio.
Bruno Akimoto
23/05/2012

domingo, 20 de maio de 2012

Resta-me sorrisos


Restam-me apenas imagens, que não saem do pensamento assim como milhares de sensações que tetnho em mim.
Há certas coisas que leio e me deixam assustado por serem tão iguais ao que penso. Tem gente que combina com nossas idéias, se encaixam em nossos beijos e nos aconchegam em abraços. Há sorrisos que cativam pelo simples fato de existir. Risos que entram em nossos ouvidos e ficam gravados. Tudo isso são sensações, e eu vivo delas. Tem gente que a gente pensa ser perfeito para pegar, guardar e cuidar. Sõ que não. Então é melhor deixar ir antes que a coisa fique mais séria, pois a dor fica mais diluída e a saudade do "nunca" fica vagando pelo espaço, machucando o peito de leve acompanhado de questionamentos e dúvidas que difícilmente são esclarecidas, por conta de fatos quea vida insiste em carregar.
Eu viveria tudo de novo se me fosse possível. E se eu tivesse a consciência de hoje, num passado não muito distante e específico, eu seria muito mais feliz.
Queria tanto poder fazer com que as coisas fossem mais fáceis, pois fico sempre a tua espera, mas tu não vem. Será que não fui o suficiente para ti? Tenho a impressão que Ás vezes viver é tão delicado. Tenho medo que tudo quebre e eu não possa fazer nada.


Caio Polonini
19/05/2012
"Que sem eu aí não tem ninguém pra te aquecer..."

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A pequena horta

Sentimentos e sensações definitivamente não foram feitos para explicar. Ventos e conexões me fazem ir para um tempo e espaço deliberadamente mágico. Como explicar o calor interno diante do frio externo? Que responsabilidade essa de carregar em si memórias e sentimentos. é mais complexo do que se pensa, e por vezes não se controla e transborda.
Tenho milhares de palavras para dizer o que sinto, mas realmente não sei como usá-las. O sol, o céu e o mar, quanto vale um abraço e o encontro de olhos com uma pureza que te envolve e encanta? É com simplicidade e encanto que construímos os melhores momentos de nossas vidas, e são estes pequenos pedaços que transformam o ser humano em algo melhor. E ainda são estas coisas boas que hora ou outra nos cutucam lembrando da saudade feliz que existe. Coisas que vivemos jamais voltam ou são iguais. A vida é única e singular, e estou salvo de repetições, porém condenado pela saudade que chega sempre para avisar que já é o momento de algo bom acabar. Apesar de tudo sou grato pela vida.
Um belo dia acordarei no meio da noite, olharei para o mundo em chamas, abrirei minha janela e gritarei para aliviar toda esta solidão em mim. Um dia desses vou me lamentar tanto da minha dor que não vai sobrar lágrimas para molhar meu rosto. Numa linda tarde eu poderia te dar adeus e desaparecer. Só que não.

Bruno Akimoto
02/05/2011