segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lutar ou correr



Há tantas verdades ocultas entre você e eu, que me intriga saber ou imaginar todos os contos escritos em um livro de mistérios. Tento não remoer o passado, mas ele sempre vem à tona nas noites de reflexão. Perco-me em mim, no que eu sinto e no que sou. Sinceramente tento compreender muitos dos mistérios que estão ao meu redor, mas acabo me confundindo quando misturo sentimentos. Estou sofrendo de amor feliz, em que mesmo tendo encontrado o que eu queria, sinto-me sozinho, no vazio e com frio. Amar é sofrer e enfrentar dificuldades que muitas vezes são necessárias. Estou preso a este sentimento que é meu inferno e paraíso ao mesmo tempo, e me resta apenas ficar calado observando as chamas ao meu redor destruindo as expectativas de uma vida inventada para fugir da realidade. Estou confinado a deixar de ser o que sou e secar minhas lágrimas que insistentemente escorrem e, aos olhos alheios, nada significam. Tu te afastas de mim a cada segundo, e em mim, sinto desabar o mundo. Eu não sei por que insisto em esperar que as coisas mudem, pois cada movimento me faz criar uma esperança em minha mente que jamais acontece, e eis mais uma frustração para minha coleção. A dor do amor fere mais que uma faca de bom gume.
O jardim morreu, não há nada além de uma única rosa que teme não resistir em meio de tanta seca. Amar é intraduzível e abstrato, tento entender e quando penso ter encontrado respostas, me vejo perdido no jardim que um dia foi belo e me vejo cada vez mais só. O tempo, talvez, vai me mostrar o que fazer: Lutar ou correr.

Caio Polonini
17/05/2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pretérito mais que perfeito



Pretérito mais que perfeito no indicativo que se torna imperfeito. Imperfeito no presente do indicativo com chances de ser perfeito no futuro do pretérito. Você quer ser meu verbo auxiliar? Se for ao infinitivo, aí sim seria melhor, pois deixava de lado até as cadeias verbais, esquecia dos temporais que passariam pela nossa janela. Viveria de letras e sua língua com gosto quente de partida breve. Seriamos nós as palavras e nossa cama amarrotada pelos verbos que iríamos experimentar.
Onomatopéias, ditongos e hiatos. Há um hiato perturbador entre nós. Entre as conjugações e tempos verbais vou me definhando aos seus poemas e cantos de pássaro triste que estranhamente soam docemente em meus ouvidos. Estranho seriam meus versos sem os verbos de ligação, que apenas tu sabes como usar. Estranho seria se com o tempo eu não soubesse conjugar o verbo amar...
E depois dessa odisséia de termos, uma onomatopéia seria o bastante para expressar o nosso calor... Falemos pouco; pra não gastar o silêncio entre nós. Sonhemos pouco; para não gastar esse tempo ocioso que insiste em estar presente. Façamos barulho algum; para ver se fugimos do hiato, pra ver se contrariamos o ditado que insiste em pregar que não dá para ser feliz a distância.
Nossa paixão é um pretérito perfeito, que quanto mais perfeito, mais passado se torna, e eu passo noites em claro tentando te encontrar na vastidão de sonhos e encantos conjugando o verbo sofrer. Faça as malas, não tenha medo. O caminho eu te explico. Mostro-te, se quiser como conjugar o verbo querer, e dessa forma, deixaremos de sofrer.

Bruno Akimoto e Matheus Castro
14/05/2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sonho



A madrugada silenciosa me faz ter espasmos de paixão. Tenho sempre a mania de guardar o que há de bom em mim e nunca saber usar, ou na verdade, ter medo de usar na hora errada. Questiono-me se sei qual é a hora certa e chego a conclusão de que isso não deve ser rotulado, pois não há momento certo para começar a amar e viver, isso é constante, basta querer. Este silêncio fala mais do que uma multidão e me faz pensar sobre coisas que eu sei. Olho no relógio e minha impaciência cresce.
Amor, que coisa linda é você! Enquanto dorme, a noite acontece e eu não me preocupo mais com as horas quando vejo sua face angelical a respirar entre suspiros tão doces que chegam a adocicar meus lábios. Nesta doçura viajo além de mim, atravessando mistérios e impérios para curar a dor que fere o peito da vastidão de ter você e não poder tocar. Escuto harpas enquanto tu mergulhas em teus profundos sonhos cheios de aventuras, e me deleito aos seus sorrisos encantados.
Sofro impulsos de saudade que pululam constantemente enfraquecendo meus suspiros e, quase desfaleço mais uma vez de amor. Não é fácil te sustentar em mim, às vezes penso que morrerei qualquer dia desses por amar tanto, pois tudo transborda em mim e eu me definho em palavras ao léu que são inúteis quando tento traduzir meus sentimentos. A madrugada ainda não acabou, eu ainda tenho um restinho de tempo para te observar antes de morrer para renascer, e então ser seu novamente, feito uma fênix que jamais abandona seu dono.

Caio Polonini
13/05/2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Loucura e tormento



Estou convencido que tenho forte tendência para a loucura, e isso é tão angustiante. É como estar preso em um aquário de vidro gritando de dor, e as pessoas passarem ao redor e não escutarem. Estou cansado de ser eu mesmo, me sinto pesado demais para meu corpo, mas não consigo me livrar disso, é constante em mim. Perco o meu raciocínio e fico inconsciente sem saber o que estou fazendo no mundo. É uma loucura tamanha que nem gritos superam. A causa é desconhecida, na verdade a grande questão é saber porque as coisas estão tomando rumos tão inusitados. Nada está bom, não é suficiente e concreto. Mas como posso saber a origem disto meu Deus? Tá faltando um pouco de adrenalina, friozinho na barriga, sussuros ao ouvido, paixão ao próximo... tudo está cinza. Eu não preciso, mas digo que te amo, pois não consigo esconder de mim esta verdade que me faz tão bem.
Quero tudo e ao mesmo tempo, nada! Minha cabeça está pulsando e minha garganta apertada de tanto desespero. Seria engraçado se em uma manhã dessas me encontrassem morto, pois o silêncio iria predominar o ambiente e o mistério do que realmente aconteceu seria um hiato. Talvez assim alguém pudesse me compreender quando digo que o silêncio é pior que mil palavras, porém eu não chegaria a tal ponto de cometer esta loucura, que aos meus olhos é admirável e deprimente. Eu gostaria de parar de escrever bobagens e voltar a sonhar com o amor, mas só vejo névoas que embaçam minha visão depresiva. Estou me desconhecendo, isso não sou eu, e sim um pedaço mal de mim.

Caio Polonini
09/05/2010