sexta-feira, 16 de maio de 2014

A felicidade alheia


Alô, meu bem, ainda estou aqui onde me deixou. Não saí muito do lugar, com medo de você chegar e eu não estar. Estou sozinho nessa estrada longa, e é uma pena que não estejas comigo. Quando olho no relógio e já é meia noite, não há mais o desejo de bons sonhos ou de que eu durma bem. Tô indo com o vento, mas meu coração congelou no tempo. Eu antes tinha tua mão para segurar, mas hoje tenho que driblar as curvas da vida e tentar pular as ondas da saudade, onde muitas vezes me afogo. Não há um único dia em que não penso em você, pois cada passo é um compasso em um espaço vazio sem ti.
A felicidade alheia nunca me foi tão irritante como hoje, e preciso vergonhosamente admitir isso, pois estou cansado de criar uma fantasia em minha rotina, onde preencho o vazio de vazio e estampo um sorriso que não existe, mas que convencionalmente exponho. Ainda estou aqui, onde me deixou, você sabe o caminho...

Bruno Akimoto
16/05/2014