sexta-feira, 28 de março de 2008

Solidão




Faz tanto tempo, você estava aqui, me lembro bem como se fosse hoje. O teu sorriso envolvente, teu olhar penetrante e tuas mãos macias continuam vivos em mim, parece que ainda posso sentir toda essa energia. Eu era tão feliz que os problemas pareciam não existir, as dores eram mais amenas, a realidade não era tão cruel...
Hoje estou aqui novamente, no mesmo lugar. Nada mudou é verdade, apenas não sinto mais aquela felicidade. Me calei e fiquei preso neste silêncio insuportável que me sufoca e me prende de tal forma que mal consigo respirar. Descobri que isso chama-se solidão; e como ela é cruel Deus, como é cruel...
Tenho saudades do que nunca tive, e não sei o que encontrarei nesses caminhos da vida. O que sinceramente espero é ser feliz e capaz de contagiar todos ao redor com meu riso. Tenho tanta saudade...


Bruno Akimoto
27/03/2008


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segunda-feira, 17 de março de 2008

Temperamento impulsivo


"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulto demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda. Ou nunca serei... "


[Clarice Lispector]

quinta-feira, 6 de março de 2008

Sou mais um...


" Eu sou aquele que está cansado de ouvir mentiras e falsas promessas. Aquele que não aguenta mais engolir desculpas, que cansou de fechar os olhos para a realidade, mas não deixou de sonhar.

Sou aquele que já sofreu decepções, já chorou de tristeza e perdeu um grande amor. Aquele que mesmo com o coração partido, continuou a sorrir, sem consciência que o sorriso era só um disfarce.

Aquele que não pode voltar ao tempo, mas percebeu que cada dia é um novo começo, e cada começo pode ser escrito um roteiro diferente; aquele que aprendeu a selecionar as personagens principais do texto, da vida, do viver..."


Bruno Akimoto

21/02/2008