domingo, 17 de junho de 2012

Filme antigo

  E então fecho os meus olhos e apenas sinto. Vivo um sonho bom que me incomoda por saber que de um jeito ou outro vai acabar, mas o vivo intensamente até chegar o momento do inevitável.
A tua chegada, o meu sorriso, nosso encontro em algo que se resume em um abraço encaixado sob arcos envolventes em um jardim onde me deito e esqueço do mundo. Há apenas nuvens, devaneios, cheiro e sorriso.
Em lugares, gabinetes, memórias, histórias, fragmentos de um sim, em você, em mim, em nós, uma pausa. Te encontro como num conto que não tem fim. O inevitável agora bate à porta. Beijos com gostinho de café e abraços com perfume recém borrifado.
Te visito todos os dias e tu nem sabe. Pensamento é coisa abstrata. Já soltei diversos sorrisos sem ninguém saber, sequei lágrimas que ninguém jamais precisou ver, filosofei coisas que não fizeram sentido e menos ainda chegaram a algum lugar. Senti absurdos que guardei em mim, desejei mesmo sabendo que não teria, fiz coisas que ninguém saberá, pois talvez tenha passado de um simples ledo engano.
As nuvens que cobrem o céu, mudam de forma a cada instante, assim como teu rosto e jeito de viver. Tua cara de filme antigo amanheceu sorrindo em pleno domingo de sol e eu parei para te assistir.

Caio Polonini
17/06/2012

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