sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tu




Estou preso em uma abstinência fatal, em que não consigo ter controle de meus movimentos que se tornaram inseguros. Tu costumavas me visitar nos momentos em que eu mais precisava, e conseguia me trazer a paz arrancando o sorriso contido. O coração pulsava constantemente e as esperanças se tornavam sonhos feitos de espumas que hoje nada mais são, pois foram levadas com o vento. Tu costumavas invadir meus sonhos e os transformava com cores e sabores jamais vistos em outro lugar. Hoje quando procuro teus olhos no escuro, vejo apenas um vazio gritante, pois tu não estás mais como antes. Primavera não trouxe mais as flores costumeiras, pelo menos não no meu jardim. Tu te perdes de minha visão, mas não consegue fugir de meu coração, e sei que por onde voas, passarinho meu, estás bem e amando como deverias, é assim que deve ser. Tu costumavas invadir meus pensamentos nos momentos mais importunos, e eu adorava me perder da realidade para te imaginar sorrindo feito uma criança feliz que não precisa de preocupações sérias. Eu sigo cantando, transmitindo uma alegria que não me pertence e lembrando de momentos vividos. Mesmo saudoso, continuo andando. Tu costumavas dizer belas palavras e se esconder pela noite só para me deixar a te procurar, pois a cada encontro, eu sorria de forma diferente e alimentava cada vez mais a beleza da vida, nutrindo bondade. Tu costumavas dizer de brincadeira que me deixarias um dia, eu sempre temia por não poder lhe impedir, por não poder lhe prender, por não poder te obter. Tu te transformaste feito uma leve pena de pássaro rouxinol, que voou e nada deixou, apenas lembranças e desejos intocáveis que foram enterrados em um cemitério de incertezas. Questiono-me se tu realmente existiu e se ainda vagas o mundo contagiando tudo e todos com seu carisma de ser encantado. Eu, preso em minha abstinência procuro não morrer mais do que deveria por dia, estou buscando boa musica para dançar eternamente no sonho que sonhei só, pois cheguei sozinho e dessa forma partirei, e ao infinito buscarei o que não existe para ocupar o tempo, tudo isso sem tu que sempre costumavas dizer que era o vento, e mesmo nessa abstinência, eu posso sentir a tua presença.

Caio Polonini
27/11/2009


Yeah, this text is dedicated to someone whose name shouldn't be revealed.

Pedaço de mim




Tem um pedaço meu perdido no mundo, vagando sem destino, flutuando à beira mar... se for preciso, atravesso o universo só para encontrar. Perco-me na vastidão de olhares, me encanto na emoção de sorrisos, e me sinto pulsando feito um coração vivo e exposto ao mundo. Estou sorrindo e imaginando o meu pedaço perdido chegando para mim, e enfim eu me sentirei um pouco mais completo, um pouco mais amado, um pouco mais feliz. Mesmo cansado de nada ver, eu não perco a esperança que vive e me motiva a sobreviver a cada instante deste mundo cego. As emoções dominam meu peito, estou em um estado de levitação, pois ao me imaginar um pouco mais completo, saio de mim. Cada dia é uma nova busca, e ao anoitecer com olhos marejados de saudade de algo que nunca tive, adormeço e vivo o meu eterno sonho que um dia hei de realizar. Tu és como uma pequena folha em meu jardim, que ao tocar o solo se fixou criando raízes e hoje é tudo para mim.

Caio Polonini
09/09/2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Coração


O meu coração tem vida própria, pois bem sabe o que quer e o que não quer para ele. O meu coração é um ser sofredor que quando ama, precisa esquecer, e quando odeia, precisa perdoar. O meu coração é inconstante, e sofre por ser assim, mas quem ele pode culpar? As possibilidades da vida permitem com que ele aprenda a lição e encontre o caminho que precisa seguir, mas de erros ninguém pode se livrar, nem mesmo o meu coração que bate pouco de tanto procurar por outro, e cansado reclama demonstrando dor nas feridas que os caminhos lhe causam.
Eu não sei que busca é essa que meu coração insiste em sustentar, não acredito que ele vá encontrar a eterna felicidade, isso é coisa de livro que dificilmente se torna verdade. Às vezes chego a pensar em quão meu coração é burro, pois ama sem ser amado, mas mesmo assim pulsa, pois o amor já está enraizado. Quando as raízes resolvem brotar, sempre tem alguma coisa para matar, e é nessa árdua tentativa que meu coração envelhece, sem saber se um dia uma fruta amadurece.

Caio Polonini
23/11/2009

Tô voltando...



Gente, por séculos fiquei afastado daqui... é tão ruim sentir saudades não é mesmo? Por isso estou de volta. Nesse meio período sem publicar nada aqui, eu não deixei de escrever e viajar nas palavras com o Polonini, é que sempre me faltou tempo pra postar, tenho muitos textos guardados aqui, todos novinhos. Vou arrumar mais tempo pra me dedicar ao blog novamente.

Quero muito agradecer a quem vem aqui ler as minhas coisinhas, aos seguidores e aos comentários... obrigado! ^^

b-jos e abraços
=]