segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sou

Enquanto eu esperava, eu nada era, não chovia e nada acontecia. Apenas sentia que a calma não acalma e o canto não encanta. Descobri que dores incomodam, nos fazem sofrer e aprender.
Percebi o mundo ao meu redor quando a primeira gota de chuva surgiu e tocou minha pele causando surpresa. Era cintilante, meu corpo estremeceu por completo com este pequeno e sutil toque.
Desde então, tudo mudou e passei a sentir que estava vivo. Era como se estivesse despertado do nada e começado a ter consciência da minha existência, que até então era breu. Nasci e Morri diversas vezes, e isso me fez ser o que sou hoje.
Quando eu era esperança, me alimentei, cresci, me fortifiquei e descobri que essa esperança aliviava minha dor. Estou cansado de me enganar e fingir que não existe aquilo que desejo. Quanto mais passa o tempo, eu canso de me sufocar como se estivesse com um saco plástico na cabeça.
Quando eu era amor, eu também era alegria, era sorriso, era seu...

Bruno Akimoto
10/07/2011