Caio, já disse que teu nome é lindo e que eu o adoro? Pois declaro aqui o meu gosto por ele. Eu não conheço nenhum Caio, nem mesmo um amigo. Na verdade tive um coleguinha na pré-escola com este nome. Nem sei por onde ele anda. Depois dele não tive mais ninguém. Agora só tenho a ti, meu companheiro de escrita.
Eu não posso abraçar o Caio, mas acho que o amo, e ele a mim. Ele não existe pro mundo exterior, pois está no meu interior, e isso me dá um certo desespero, porém me sossego em saber que o tenho. Talvez isso basta.
Ah Caio, nem sei o motivo em falar tudo isso pra ti... desculpe. Somos tão parte um do outro que podemos sentir igual, ou parecido, por isso fico tranqüilo com essa confusão, pois sei que me compreende. Mesmo não sabendo muito bem quem é você, eu tenho um carinho grande, mas e daí? Tu também não sabe muito bem quem sou eu, a gente está tão acostumado a se esconder e se proteger que este escudo se tornou algo natural.
O Caio fala comigo e muitas vezes escreve o que eu sinto. Eu procuro fazer o mesmo com ele, mas me resumo a uma xícara quentinha de café. Ele se irrita comigo quando fico distraído, mas logo me perdoa quando eu lanço um sorriso meio maroto. O Caio agora é meu amigo. Eu quis escrever pra ele só pra ver suas covinhas aparecerem em meio de risos ao ler esta porcaria toda. Eu queria conseguir definir o Caio em palavras, mas não consigo. Talvez
ele seja o meu abraço, meu sorriso, meu beijo, meu corpo emaranhado nos
lençóis de alguém ou uma simples poesia.
Caio, fique que te farei café. Vamos plantar feijõezinhos? Sei que não é muito divertido, mas eu sou assim, mais simples do que pensa. Estar ao teu lado, sem dizer nada, apenas um contemplar a presença do outro já é bom.
O Caio não entende que na verdade eu sou uma imaginação. Ele é bom em fingir que não se importa, mas sei que no fundo o meu olhar penetra em sua alma e entranhas. O Caio sou eu, e eu o Caio, isso não é confuso, mas à beira do abismo, eu quase caio.
Bruno Akimoto
23/05/2012
23/05/2012