sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

À espera do trem


E aí, quando eu menos esperava, quando eu mais precisava, você não estava ao meu redor. Meus olhos te buscam inutilmente por onde vou, e as lembranças eu carrego no bolso do meu jeans velho. Eu lembro, claro que lembro, de todos os detalhes, e sinto as sensações como se fossem cheirinho de café fresco. Sabe que, às vezes tenho vontade de largar tudo e sair correndo pra um abraço teu? Até quando vou viver nessa espera inútil e nessa inconstância insistente que persiste em me desestabilizar? O fato é que ando perdido no mundo, morrendo de amor, querendo entregar o meu cansado coração para quem aparecer primeiro, mas não por amor, mas por desespero de ganhar carinhos e beijos vazios que nunca substituirão os seus. E jamais, nem que o mundo caia sobre mim, vou me conformar, pois em meu peito está você, adormecido, mas não morto. Enlouquecido, mas não esquecido...
Será que na próxima estação do metrô que eu descer, vou te ver com as mãos no bolso me esperando com um largo sorriso? Vivo num trem, sem rumo, olhando todas as estações pelas espessas janelas de vidro, pronto pra saltar a qualquer momento em que você possa aparecer... você vem?

Caio Polonini
06/12/2014

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