"Vou te dizer o que eu nunca disse antes, talvez seja isso o que está faltando: ter dito. Se eu não disse, não foi por avareza de dizer, nem por minha mudez de barata que tem mais olhos que boca. Se eu não disse é porque não sabia que sabia - Mas agora sei. Vou te dizer que eu te amo. Sei que eu te disse isso antes, e que também era verdade quando te disse, mas é que só agora estou realmente dizendo. Estou precisando dizer antes que eu... Oh, mas é a barata que vai morrer, não eu! Não preciso desta carta de condenado numa cela..."
(Clarice Lispector - "A paixão segundo G.H" pág.113)
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