domingo, 8 de abril de 2012

Você

Quantas vezes compartilhamos sentimentos incompatíveis, ou sem mesmo saber qual rumo vão ter? Já caí tanto por aí, mas nunca desisti de levantar. Eu preciso dizer o que sinto em mim, mas nunca sei o momento certo. Tenho medo de errar ou dar algum passo errado e me perder sem encontrar um caminho para me sentir seguro. Algumas vezes fico na dúvida se está no momento certo de colher a fruta, se está madura para se aproveitar. Sim, pois o amor para mim tem gosto de fruta preferida.
Tem dias que acordo observando com mais calma os detalhes da vida. Muitas vezes tudo passa tão rápido e despercebido que chego a me assustar com a proporção das coisas.
Fico ouvindo sua voz no meu gravador e depois em meu pensamento. Me sinto acolhido por algo abstrato que não sei definir um nome, uma coisa parecida com a sensação de pisar na areia depois de um dia todo com os pés calçados. Talvez seja a sensação que um peixe tem ao saber que está livre no mar para nadar para onde quiser e na intensidade que quiser. Mas ao mesmo tempo a sensação de correr vorazmente em direção a um abismo e ficar por um fio de vida...
Acordei num espasmo e por um segundo tive sensações de abraço, beijo e carinho que vieram do meu inconsciente. Que sensação estranha esta de ter saudades do que nunca tive. Que vazio oco este que pulula em mim. Acordar com sensações novas que nunca existiram não é comum. Olhei por uns instantes ao meu redor e percebi que não havia nada de diferente, nada novo, muito menos o seu número para eu te dizer que...

Bruno Akimoto
08/04/2012

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