terça-feira, 11 de agosto de 2009
Se você me esquecer - por Pablo Neruda.
Quero que você saiba uma coisa.
Você sabe como é:
Se eu olhar a lua de cristal, pelo galho vermelho
do lento outono em minha janela,
Se eu tocar, próximo ao fogo, a intocável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva a você,
como se tudo o que existe: perfumes, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
rumo às tuas ilhas que me esperam.
Bem, agora,
se pouco a pouco você deixar de me amar
eu deixarei de te amar, pouco a pouco.
Se, de repente, você me esquecer,
não me procure,
pois já terei te esquecido.
Se você considera longo e louco
o vento das bandeiras
que passa pela minha vida,
e decide me deixar na margem do coração
em que tenho raízes,
lembre-se que neste dia,
nesta hora,
levantarei meus braços
e minhas raízes sairão a buscar outra terra.
Mas
Se cada dia,
cada hora,
você sentir que é destinada a mim
com implacável doçura,
se cada dia uma flor
escalar os teus lábios a me procurar,
ah meu amor, ah meu próprio eu,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem é esquecido
meu amor se nutre no seu amor, amada,
e enquanto você viver, estará você em seus braços,
sem deixar os meus...
MUITO BOM!!! Esse é um tipo de texto que fala muitas coisas por mim e que eu dedicaria para muitas pessoas...
b-jos
Bruno
=]
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2 comentários:
Lindo... estou pensando em postar algum peoma também, quem sabe eu acabe tendo alguma inspiração.
Abraço.
Me fez pensar sobre a inesquecívelmente deliciosa a sensação de quando tudo nos leva alguém.
Assim como também como a dolorosa sensação de ter que buscar outra terra.
Gostei muito, principalmente pelo fato do poema me ter despertado sensações tão distintas.
No meu caso, fala por mim o texto Dialética do Vinicius de morais.
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