segunda-feira, 5 de abril de 2010

Fechem as cortinas!



Estou analisando meu passado, observando tudo o que se passou, pensando em todos que convivi, em todas as lágrimas que derramei, em todos os sorrisos que distribuí, em todos que amei. Estou confuso e com medo, vivendo escondido de todos, não tenho coragem de expor minha face, não consigo sair de trás da cortina e entrar em cena. Seria todo o ensaio em vão?
As lágrimas tomam conta de mim e eu não consigo sair do lugar. Todos esperam na platéia, e o artista principal, o palhaço fundamental, o ator fenomenal fracassou. Desfaleceu no camarim, está cansado, estressado, desgostoso. Caiu, não levanta, está desmotivado.
Amor da minha vida perdoe pelo meu fracasso, mas nunca fui forte o suficiente para a vida. Deixo minhas últimas palavras de amor e os mais sinceros e profundos sentimentos, mas chegou a hora de admitir o fim. Fechem as cortinas, o espetáculo não tem salvação, o artista permanece no chão do camarim.

Caio Polonini
03/04/2010

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